Quando criança havia uma brincadeira do "chefe-mandou". Você tinha o "chefe" e os "índios". Basicamente os índios deviam fazer tudo aquilo que o "chefe" mandasse. Se o chefe não começasse a frase com "chefe mandou..." e os "índios" executassem a ação, estavam fora da brincadeira. Ganhava quem conseguisse ser o último "índio" a sobrar.
E qual o problema? O problema é que essa brincadeira virou coisa de gente grande. Tem muito "programador-índio" brincando de "chefe-mandou". Você identifica um "programador-índio" pois ele:
- Não tem a mínima noção do que faz, e também não se importa.
- Precisa de uma lista de tarefas (de preferência num issue tracker) pra poder se mexer.
- Se ninguém delegar um tarefa, fica o dia inteiro quietinho, sem fazer nada (preferencialmente mexendo no celular, dando umas curtidas no Facebook e vendo uns vídeos no YouTube).
- Conta os minutos e segundos esperando as 18h chegarem para poder continuar a brincadeira só no dia seguinte.
- Só faz aquilo que o "chefe-mandou", e nada mais que aquilo.
E também temos o "chefe-cacique": uma geração inteira de gerentes treinada com o que há de mais "moderno". Você identifica um "chefe-cacique" pois ele:
- Micro-gerencia as tarefas que cada um dos seus "índios" tem que executar.
- Cronometra o tempo de cada uma das tarefas.
- Controla até o tempo gasto no banheiro ou no cafezinho.
- Coloca tudo isso numa planilha ou num gráfico de Gantt pra cobrar mais empenho depois.
- Não confia em nenhum dos seus subordinados, pois todos só querem lhe enrolar.
Se você conhece algum "programador-índio", então peça que ele não reclame depois que tem um "chefe-cacique". Pois honestamente um "programador-índio" merece um "chefe-cacique" e merece também a remuneração ridícula que deve estar recebendo.
Se você já conviveu com algum desses tipos, saia dessa brincadeira e procure algo melhor pra você. Seja um profissional competente, um programador de verdade: um artesão de software. Não seja o último "índio" a sobrar...
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