Este ano novamente tive o prazer e a honra de participar do comitê técnico do JavaOne Brasil 2011, juntamente com várias estrelas da comunidade Java do Brasil. Pela primeira vez também pude apresentar uma sessão no evento, que era uma das minhas grandes ambições. Etapa cumprida, minha próxima meta é conseguir apresentar no JavaOne San Francisco. Quem sabe em 2012?
Para os que participaram do primeiro JavaOne Brasil, em 2010, e mostraram-se decepcionados, posso afirmar: este ano o evento melhorou 200%. Se ainda há pontos para melhorar? Certamente. Isso não impede de comemorarmos o grande evento que tornou-se o JavaOne Brasil.
Conversei com várias pessoas no evento, e enquanto que alguns mostravam-se empolgados pelas melhorias, outros insistiam em reclamar. Eu não sou o tipo de pessoa que fica indignado com isso. Aprendi que na vida as coisas são assim mesmo: enquanto uns enxergam o copo meio cheio, para outros está meio vazio.
Minhas considerações sobre a plataforma Java:
- A Oracle realmente está investindo na plataforma. Se antes havia dúvidas sobre o "futuro do Java", creio que estas se dissiparam. Mal foi lançado o Java 7 no meio de 2011, e agora tudo o que se fala já é Java 8. E fiquei impressionado com o trabalho que eles estão dedicando nesta nova versão.
- Java 8 só em 2013. A Oracle decidiu a partir de agora definir um intervalo de 2 anos entre uma versão do JavaSE e outra. De acordo com o feedback que eles receberam dos clientes, 1 ano e meio era muito pouco tempo para se adaptarem entre uma versão e outra.
- JavaFX veio pra ficar. Enquanto os concorrentes estão praticamente abandonando suas plataformas (Flash e Silverlight, por exemplo), a Oracle está focando demais no JavaFX como a plataforma universal para o desenvolvimento das novas interfaces: seja em desktop, web, tablets ou smartphones. Eu que havia praticamente descartado ou ignorado o JavaFX passo a prestar mais atenção nele, pois acredito agora que vá vingar.
- Glassfish não é um brinquedo de teste, é um servidor de verdade e vai continuar. Impressionante também o esforço colocado pela Oracle na plataforma do Glassfish. Achei que ele seria o primo pobre open-source em que eles fariam os "testes" do JavaEE para depois investir no Weblogic. Mas não. O desenvolvimento está sendo realmente feito de modo acelerado, e o Glassfish 4.0 como PaaS parece no mínimo surpreendente e inovador.
- JavaME vai convergir para o JavaSE no Java Embedded. Chega de plataformas e modos diferentes de programar entre ME e SE. Graças ao Jigsaw do Java 8, o JavaME convergirá para o JavaSE, incorporando todo o poder da plataforma JavaSE.
- Continua a nítida diferença entre "os caras da Oracle" (de terno) e "os caras do Java" (de camiseta). Mas isso não é ruim, pelo contrário. Esse ano estivemos todos misturados no salão principal, pois as salas do JavaOne estavam bem no centro do evento enquanto as da Oracle ficaram na lateral.
- O OTN Lounge ficou bem grande. No ano anterior era um cubículo quente, sem ar condicionado, em que não cabia ninguém. Este ano tivemos cadeiras, sofás e várias tomadas para carregar os notebooks e gadgets. Eu mesmo fiquei lá um tempão.
- Ficou a impressão de que os evangelizadores da Oracle estavam mais "disponíveis" este ano. Como o OTN Lounge era maior, mais gente se concentrou no local, o que proporcionou várias conversas e trocas de ideias. Provavelmente um dos pontos fortes.
- Faltaram bebidas e guloseimas no OTN Lounge. Não que fizesse muita diferença, pois no ano passado eram poucas e a maioria ficava sem nada mesmo. Mas ao menos a água poderia ter sido distribuída. Pagar R$ 3,00 numa garrafinha de água mineral de 310ml é dose.
- Muitas salas tiveram a lotação esgotadas para várias sessões. Provavelmente terão que aumentar o tamanho das salas para o próximo ano ou encontrar um forma de eliminar as filas. Entendo que a logística não é fácil. Não sei se a reforma do Transamerica Expo vai aumentar o tamanho do salão, mas se aumentar pode resolver este problema.
- Ainda sinto falta de uma lojinha para comprar os "brinquedos" do Java. No antigo Sun Tech Days podíamos comprar canecas, dukes, jaquetas, camisetas, mochilas etc. Muita gente falou o mesmo.
- O jantar dos JUG Leaders no primeiro dia do evento sem dúvida foi o ponto forte. Comida fantástica, pessoas super interessantes e ambiente descontraído deixaram uma ótima impressão. Aliás, é a grande e boa lembrança que levo do evento deste ano. Conheci o pessoal do JUGMS (Edilmar e João). Gente finíssima e espero entrar em contato com eles mais vezes.
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